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segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Paz


É errado querer ser-se perfeito, mas não é errado caminhar no sentido da perfeição tendo a pretensão de corrigir alguns erros próprios. Não sou propriamente um bom autodidacta, quanto mais um heterodidacta, mas isso eu sei.
Era noite de Natal e já toda a minha família tinha ido dormir. Já a entrar pela madrugada dentro, dirigia-me para o meu quarto em busca de repouso quando vi uma claridade diferente na sala. A minha mãe tinha lá colocado, na janela, uma velinha a brilhar, uma velinha da Cáritas. Uma iniciativa pela paz, uma oração silenciosa.
Oram pelos seus sonhos estas pessoas, mesmo que por sonhos inalcansáveis. Ainda assim não desistem. Pedem com mais e mais força, com a força de gestos simples e significativos, plenos de esperança.
Olhei para a aquela chama pequenina, a brilhar por um mundo melhor, e entristeceu-me senti-la a brilhar em vão. O Natal é uma época especial em que, mais que nunca, se fala no tema "Paz". Mas como podemos exigir essa perfeição se nós próprios não caminhamos nesse sentido? Como podemos exigir que os outros façam a paz se não temos sequer a paz em nossas casas? Sobra-nos orgulho, falta-nos humildade. É maleita genética da raça humana. Enquanto não formos capaz de virar o olhar para o chão e admitir os nossos erros, enquanto não formos capazes de nos despojarmos da nossa ganância, soberba e inveja, nunca poderemos querer exigir que os outros façam a paz. Mas não, tu não vês isso...