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sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Poucas são as pessoas que se encontram sozinhas por opção. Por muito que se diga e se argumente não acredito no contrário.



Para o ano que se avizinha, as resoluções são simples: tornar o meu mundo mais forte e sólido, mais simples e claro, mais vivo e real.

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

O diário de um novo país


We are here for a good time, not a long time. Live with no excuses & love with no regrets.

Dia 0:
Nasci a querer ser diferente, e hoje sou também inconformista. Às vezes chego a casa com o guarda-chuva meio molhado e meio enxuto por passar mesmo na linha divisória entre o sol e a chuva. Mas estou farto de viver por regras criadas por outros, que nem fazem grande sentido para mim. Quero viver segundo as minhas próprias regras.

Toquei o sino a rebate e alguma da população juntou-se ali à minha volta a pensar que algo de grave estava a acontecer. Mesmo em frente à capela, no meu pulpito improvisado, declarei descritivamente as minhas intenções e as minhas idéias. Uns riram e foram embora, outros entusiasmaram-se com a coisa e escutaram-me até ao fim. Expliquei os meus princípios e o ajuntamento foi sofrendo uma triagem. Tenho princípios rígidos demais e engraçados demenos para os jovens de hoje-em-dia.

Dia 1:
A primazia das atitudes passa pela liberdade, de andar nu pela rua, de passar a noite acordado só porque sim. Os outros não sei, mas eu gosto disto, em especial do desligamento do mundo capitalista. Mais que tudo apetece-me amar sem limites. E quebrar outros muitos limites do política e moralmente correcto.

Dia 2:
As pessoas estão-se marimbando para os limites, já vi coisas... coisas hoje aqui à volta de minha casa, mas toda a gente parece sinceramente feliz.

Dia 3:
A felicidade tem limites, que passam pela infelicidade dos outros. E, infelizmente, a utópica sociedade plena de felicidade por felicidade não é assim tão fácil de gerir.

Dia 4:
A ignorância de uns é a infelicidade dos outros. Com o bem-estar é semelhante a situação. Neste ponto da etapa, a inveja tomou conta de alguns que não sabem viver com o bem que têm e almejam aquilo que pensam que os outros têm.

Dia 5:
Sinto-me sozinho. Apesar de livre encontro-me confinado ao espaço que o meu dinheiro permite. E a solidão não é boa ministra. Faltam-me braços extasiados para me receber, as minhas regras não agradam a quem até gosta de me fazer companhia.

Dia 6:
Toco de novo o sino a rebate. À semelhança de Salazar que caiu para trás e Fidel que caiu para a frente, o meu estado caiu para o lado ainda antes de o ser. Mandei toda a gente para casa com juízo.

Estou cansado disto, vou dormir que amanhã é dia de trabalho. Enquanto não for capaz de agradecer o pouco que tenho, nunca serei merecedor de mais. Sete vidas? Seis? Ou só uma?