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quinta-feira, 10 de julho de 2008

Paixão? Amizade? Amor?

Tem um nome muito comum entre o meu círculo de amigos essa menina. Numa história bonita gostava de se chamar Sofia. Um nome tão simples como tudo o resto que ela é. Uma pessoa que encanta pela sua singela simplicidade. Tem cabelos esvoaçantes, dourados, da cor do brilho do sol na areia da praia. Os seus olhos embalam-nos num lindo olhar da cor daquele mar profundo. Todo o resto da sua beleza, interior e exterior, se baseia numa essência do mais fofo que há.
Recordo-me vagamente de como nos conhecemos. Ambos caloiros naquela altura, ela tinha chegado de pára-quedas na segunda fase de ingresso e ainda andava um pouco meio perdida. Ela não sabe bem porquê, eu também não, mas havia uma troca de sorrisos quando nos olhávamos. Ela chegava-se então a mim e brincava com o fecho do meu casaco, abrindo-o e fechando-o distraidamente enquanto conversávamos. O destino empurrava-nos e ali estávamos nós brincando um com o outro, conhecidos há pouco tempo e já amigos. No seu sorriso encantador pouco tempo demorou a fazer surgir em mim um fraquinho por ela. Rapidamente ficámos grandes amigos e surgia uma paixoneta por ela. Nunca quis arriscar algo e o seu coração por aqueles dias foi arrebatado por uma intensa paixão, um pouco traidora, que ainda hoje a faz sofrer muito. Um caso complicado. Eu ia muitas vezes a casa dela e ela desabafava comigo sobre o que estava a viver, mas depressa isso teve que parar quando lhe expliquei que gostava dela de uma forma especial e me custava ouvi-la falar disso. Ficou um pouco surpresa com a revelação mas nunca de modo nenhum me tratou de forma diferente por causa disso. Paixão.
Consegui lidar com o que sentia de uma forma pouco custosa. Ela sempre foi uma jóia para mim. É uma miúda carinhosa e compreensiva. Nunca me lembro de discutir com ela. Temos feitios muito semelhantes e ela possui raras qualidades que eu adoro numa mulher. Mas o muito que tínhamos e temos em comum nunca me dificultou a vida, sempre apenas nos aproximou ainda mais como amigos. Duvido que tenha uma amiga com quem me relacione tão bem, com quem me sinta tão bem e à vontade. Basta entre nós uma troca de sorrisos para fiquemos um pouco mais contentes. Eu escrevo e ela aprecia, também é uma boa avaliadora do meu trabalho. A porta da casa dela está sempre aberta para mim e o seu ombro está sempre pronto para amparar as minhas lágrimas. Somos ouvintes compulsivos e atentos um do outro e não temos o menor problema em expor um ao outro qualquer pormenor mais sórdido da nossa vida por entre sorrisos. Entre nós nada há a esconder. Confiança total. Amizade. Uma forte e grande amizade que espero perdurar para o resto da minha vida.
Paixão? Amizade? Amor?
Já foi paixão. Esta forte amizade é até já amor. Ela é uma pessoa tão especial como muito poucas. A cumplicidade reina entre nós de forma natural e por entre brincadeiras. Junto a esta mora também o respeito que sempre foi essencial a um bom entendimento. Entreajuda, compreensão… Não sei que mais enumerar, mas perdem-se-me na cabeça elogios a tecer-lhe. Penso muitas vezes num tipo de mulher que poderia fazer de mim um homem feliz um dia. Ela é a primeira pessoa que me vem à cabeça. Duvido que haja alguma característica menos positiva nela que me tire do sério, se as há são apenas pequenos contratempos insignificantes. É uma mulher simplesmente bonita. Adoro mais que tudo o seu sorriso terno que me adoça o coração de uma forma tão especial. Adoro o seu cabelo, os seus olhos, o seu corpo simples e bonito, a sua doçura, a sua ternura, a sua compreensão, as suas bochechas que dão vontade de morder. Gosta de desporto, de ver e de jogar futebol, é uma mulher bem-disposta e é adorável quando faz beicinho. Foi ela que me ensinou a beber uns copos cá em Coimbra até! Arrisco a dizer que, aparte da minha mãe, ela é a mulher da minha vida. Sinto agora por ela, ao fim destes anos, um terno e forte amor. Amo-a mais que muito neste nosso amor de amigos. Não existe entre nós aquele “click” que nos poderia levar a ser amantes, a nossa amizade é mais séria que tudo. Nunca sequer um beijo indulgente na bochecha escorregou para outro sítio. O respeito também impera sobre nós, e esse respeito dá muito valor à especial relação de amor que temos. Sabemos e sempre soubemos ser apenas e só aquilo que realmente somos, grandes e bons amigos. Raros são os tristes momentos que tenho para recordar com ela. Adoro fazê-la babar-se de tantos elogios que lhe prego. Mas duvido que algum falte à verdade. Todos são bem merecidos. Com nenhuma infinita quantidade de beijinhos seria capaz de demonstrar o meu eterno carinho e gratidão para contigo, por isso limito-me a apreciar o nosso chegado abraço que tanto gosto em ti e que tanto mais nos aproxima. Um abraço que vale por milhares de palavras e gestos bonitos. Um abraço chegado, uma profunda troca de olhares directos em que penetramos na mente um do outro e dizemos “Obrigado por existires”. Deixamo-nos então e seguimos a nossa vida até ao dia seguinte. Mas que essa despedida nunca deixe de ser temporária, que sempre possamos reencontramo-nos e voltar a abraçarmo-nos. Adoro-te. Amo-te amiga. Beijinho doce e terno*

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