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terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

Tu por todos, todos por ti!

Há alturas na vida em que a nossa teia organizacional começa a crescer e os planos começam a ganhar forma. Mesmo cada vez com menos tempo, com a aproximação do casamento e consigo todo o trabalho, vocês tiveram ainda coragem para abraçar o desporto e dar rumo a umas meninas no futsal.
Tudo decorria dentro da normalidade com os naturais altos e baixos na preparação daquele momento único. Não só os anfitriões como também quem vive à sua volta sonhavam com a chegada desse dia. Mas surgiu do nada um tiro que furou com todos os planos.
Foste ao hospital por um problema que não sugeria grandes preocupações mas eis que o teu anjo-da-guarda se cruza no teu caminho, o teu estranho estado levantou-lhe suspeitas e foste internada de urgência. Era óbvio que o problema era no mínimo grave, e depois de muitos telefonemas para o hospital a resposta mais esclarecedora que obtivemos foi: “Isto não são assuntos que se tratem por telefone…”.
Não foi propriamente uma declaração que nos levantasse o espírito. Mas o pior veio no dia seguinte quando a mãe chegou a casa de te visitar com um semblante que falava por si e as nossas piores suspeitas se confirmaram, leucemia.
Ninguém se atreveria a censurar a tua pessoa se tu te deixasses abater. Mas isso simplesmente não aconteceu, com toda a acalmia do mundo tu soubeste dizer ao teu futuro marido o que se passava e que o casamento teria que ser adiado.
Daí para a frente foi um espanto a forma como sempre soubeste lidar com o que te afectava quase como se não se passasse nada. Arriscaria mesmo dizer que quem olhasse para ti nunca diria que estavas doente. Sempre soubeste acalmar as preocupações de quem se inquietava por ti de uma forma quase natural e o teu sorriso sempre nos soube dizer que estavas bem de espírito. Numa altura em que tu própria podias necessitar de apoio deste por ti a apoiar outras pessoas com o mesmo problema. Nunca tiveste esperanças, sempre certezas. Não é um facto que se diga cientificamente comprovado mas qualquer médico sabe que um espírito positivo e uma moral alta são meia cura.
No meio disto tudo, com a tua força que tudo superará deste-nos uma grande lição de vida. Aprendeste e ensinaste-nos que as coisas boas da vida jamais devem ser adiadas pelas futilidades do nosso quotidiano mas devem ser aproveitadas, um acontecimento destes faz sempre pensar a toda a gente e faz-nos dar outro valor à vida.

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